Recado aos pais
Se eu pudesse, eu diria aos pais que filhos aprendem muito mais com os
nossos exemplos do que com nossas palavras.
Que, quando adultos, eles repetirão em suas vidas os padrões familiares
que receberam no âmbito do próprio lar.
Que filhos precisam conhecer limites, que é preciso dizer “não” muitas
vezes em casa, para que não se tornem revoltados quando o mundo lá fora se
mostrar hostil e contrário aos seus interesses.
Que uma grosseria e um desrespeito com os pais, merece sim, uma boa
chinelada.
Que começar a trabalhar cedo não é violação dos direitos da criança e do
adolescente, muito pelo contrário, é uma forma de deixá-los seguros,
responsáveis e preparados para a vida.
Que monitorassem os filmes, programas que eles assistem na TV e sites que
visitam na internet.
Que estivessem atentos às amizades que eles fazem e lugares que frequentam.
Que jamais os deixassem assistir filmes de terror e de extrema violência,
engendrados por mentes doentias, que só servirão para incutir-lhes medos
descabidos e encher os “porões” de fantasmas perniciosos.
Que lhes ensinassem sobre Deus, conforme a compreensão de cada um, que
lhes ensinassem a orar desde a mais tenra idade, pois esta comprovado que , as
pessoas que têm fé, suportam melhor os revezes da vida.
Que sexo é uma benção da vida, mas não deve ser praticado com leviandade.
Nem mesmo os animais fazem isto. Relações sexuais sadias são louvores, e nosso
corpo é templo do Espírito.
Que lhes incutissem desde cedo o hábito da leitura, o gosto pela arte, o
respeito pela natureza.
Que lhes dissessem que eles podem sim ser vencedores, mas para isto não
precisam esmagar ninguém.
Que honestidade e retidão não são virtudes ou algo que devam se orgulhar
por tê-las, mas apenas e tão somente obrigação de todos nós.
Que jamais invejassem os dons alheios, mas mirassem os olhos para os
próprios dons e talentos naturais e os desenvolvessem.
Que toda e qualquer pessoa têm áreas onde são especiais e podem se
destacar, assim como têm áreas onde são limitados, e que isso faz parte da vida.
Sim, eu diria. Mas não seria utopia?
Há muitas décadas que as crianças são criadas por babás ou empregadas
despreparadas.
Quando não, ficam em creches. Condições de sobrevivência do mundo atual.
Quando chegam em casa ( raras exceções), encontram pais estressados, sem
tempo ou disposição para dar-lhes nada, muito menos carinho e educação. Então lhes
dão “coisas” para compensar a ausência e aplacar a consciência.
Sobre os resultados, não é preciso dizer.
Eles estão aí para quem quiser ver.
Autora: Fátima Irene Pinto, que dedicou este texto a uma professora, sua
amiga, afastada do magistério após ter sido agredida por um aluno em sala de
aula. Visite o site da autora: www.fatimairene.prosaeverso.net